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Seguro residencial inteligente com sensores conectados

Seguro residencial inteligente com sensores conectados

24/10/2025 - 16:52
Giovanni Medeiros
Seguro residencial inteligente com sensores conectados

Em um mundo cada vez mais conectado, proteger a residência vai além de trancas e câmeras isoladas. A convergência de seguros tradicionais com tecnologias avançadas transforma o lar em um ambiente inteligente, capaz de antecipar riscos e responder em tempo real.

Conceito de seguro residencial inteligente

O seguro residencial inteligente integra coberturas convencionais, como incêndio e roubo, a dispositivos que monitoram constantemente o ambiente. Com sensores de movimento, detectores de fumaça, vazamento de água e câmeras conectadas via internet, é possível obter monitoramento e resposta em tempo real a incidentes.

Além da proteção básica, essa modalidade amplia a cobertura para eventos detectados e prevenidos pelos aparelhos, reduzindo perdas e permitindo que seguradoras ofereçam serviços personalizados.

Evolução do mercado brasileiro

O Brasil lidera o setor de seguros na América Latina, com um mercado de seguros gerais que deve saltar de R$ 242,6 bilhões em 2022 para R$ 344,9 bilhões em 2027, a uma taxa anual de crescimento de 7,3%. No entanto, a penetração de seguros residenciais ainda é relativamente baixa, indicando uma grande oportunidade para produtos baseados em tecnologia. A digitalização tem sido impulsionada pelo aumento do uso de smartphones e pela demanda por soluções que integrem segurança e automação.

Panorama de mercado (projeções)

Dispositivos e tecnologias essenciais

Os principais recursos que compõem um seguro residencial inteligente incluem:

  • Sensores de movimento com detecção avançada
  • Câmeras inteligentes com análise de vídeo
  • Alarmes conectados a centrais de monitoramento
  • Detectores de fumaça, gás e vazamento de água

Por meio de apps, o usuário acompanha alertas em seu smartphone e compartilha evidências digitais em caso de sinistros. A automação completa de trancas e iluminação reforça a segurança, enquanto sistemas de analytics permitem ajustes de sensibilidade conforme o perfil do imóvel.

Benefícios para consumidores e seguradoras

Para quem contrata, as vantagens vão além das coberturas tradicionais. O segurado obtém:

  • Monitoramento 24 horas e respostas imediatas
  • Possível redução significativa nos prêmios
  • Menor risco de perdas materiais
  • Controle e personalização das proteções

Para as seguradoras, a chegada dos sensores conectados representa:

  • Coleta de dados em tempo real para subscrição
  • Processos de sinistros mais rápidos e baseados em evidências
  • Maior engajamento dos clientes nos cuidados preventivos

Incentivos e personalização de apólices

Muitos players do setor oferecem descontos progressivos na apólice para quem instala dispositivos certificados. Além disso, a subscrição considera o nível de automação de cada residência, resultando em prêmios alinhados ao perfil de risco individual.

Modelos pay-per-use começam a surgir, cobrando apenas pelos riscos efetivamente monitorados, o que amplia o acesso e atrai usuários sensíveis a custos iniciais.

Tendências e desafios na adoção

A migração de um modelo reativo, que só age após o sinistro, para uma gestão proativa de riscos exige investimentos em tecnologia de RPA e analytics dentro das seguradoras. Isso gera processos internos mais eficientes, mas também impõe desafios relacionados à privacidade e ao compartilhamento de dados sensíveis.

Do lado do consumidor, o custo inicial dos sensores e a desconfiança em relação ao uso de informações pessoais ainda freiam a adoção, especialmente em classes sociais com menor poder aquisitivo.

Oportunidades e impacto socioeconômico

Com mais de 70% da população latino-americana usando smartphones, o cenário é favorável para escalar soluções inteligentes. As classes C, D e E e as pequenas e médias empresas representam um enorme mercado inexplorado.

Ao promover ambientes urbanos mais seguros, essas tecnologias também contribuem para a resiliência das cidades e a sustentabilidade, reduzindo desperdícios e melhorando indicadores de segurança pública.

Conclusão: o futuro do seguro residencial inteligente

O seguro residencial inteligente transcende o simples desconto em prêmios e se consolida como uma ferramenta essencial de prevenção. À medida que os dispositivos conectados se tornam mais acessíveis e confiáveis, o setor tende a evoluir para oferecer produtos modulares, flexíveis e baseados em uso real.

Investir em tecnologia não é apenas uma vantagem competitiva para seguradoras, mas um caminho para garantir tranquilidade e proteção efetiva a milhões de lares brasileiros. O futuro do seguro está em um ecossistema de dados e inteligência colaborativa, onde cada sensor ativo reforça a segurança e antecipa problemas antes que eles ocorram.

Giovanni Medeiros

Sobre o Autor: Giovanni Medeiros

Giovanni Medeiros é economista e consultor financeiro no vitexsys.com. Atua com planejamento econômico, controle orçamentário e estratégias financeiras que ajudam pessoas e empresas a alcançarem estabilidade e crescimento sustentável.