Em um mundo cada vez mais conectado, proteger a residência vai além de trancas e câmeras isoladas. A convergência de seguros tradicionais com tecnologias avançadas transforma o lar em um ambiente inteligente, capaz de antecipar riscos e responder em tempo real.
O seguro residencial inteligente integra coberturas convencionais, como incêndio e roubo, a dispositivos que monitoram constantemente o ambiente. Com sensores de movimento, detectores de fumaça, vazamento de água e câmeras conectadas via internet, é possível obter monitoramento e resposta em tempo real a incidentes.
Além da proteção básica, essa modalidade amplia a cobertura para eventos detectados e prevenidos pelos aparelhos, reduzindo perdas e permitindo que seguradoras ofereçam serviços personalizados.
O Brasil lidera o setor de seguros na América Latina, com um mercado de seguros gerais que deve saltar de R$ 242,6 bilhões em 2022 para R$ 344,9 bilhões em 2027, a uma taxa anual de crescimento de 7,3%. No entanto, a penetração de seguros residenciais ainda é relativamente baixa, indicando uma grande oportunidade para produtos baseados em tecnologia. A digitalização tem sido impulsionada pelo aumento do uso de smartphones e pela demanda por soluções que integrem segurança e automação.
Os principais recursos que compõem um seguro residencial inteligente incluem:
Por meio de apps, o usuário acompanha alertas em seu smartphone e compartilha evidências digitais em caso de sinistros. A automação completa de trancas e iluminação reforça a segurança, enquanto sistemas de analytics permitem ajustes de sensibilidade conforme o perfil do imóvel.
Para quem contrata, as vantagens vão além das coberturas tradicionais. O segurado obtém:
Para as seguradoras, a chegada dos sensores conectados representa:
Muitos players do setor oferecem descontos progressivos na apólice para quem instala dispositivos certificados. Além disso, a subscrição considera o nível de automação de cada residência, resultando em prêmios alinhados ao perfil de risco individual.
Modelos pay-per-use começam a surgir, cobrando apenas pelos riscos efetivamente monitorados, o que amplia o acesso e atrai usuários sensíveis a custos iniciais.
A migração de um modelo reativo, que só age após o sinistro, para uma gestão proativa de riscos exige investimentos em tecnologia de RPA e analytics dentro das seguradoras. Isso gera processos internos mais eficientes, mas também impõe desafios relacionados à privacidade e ao compartilhamento de dados sensíveis.
Do lado do consumidor, o custo inicial dos sensores e a desconfiança em relação ao uso de informações pessoais ainda freiam a adoção, especialmente em classes sociais com menor poder aquisitivo.
Com mais de 70% da população latino-americana usando smartphones, o cenário é favorável para escalar soluções inteligentes. As classes C, D e E e as pequenas e médias empresas representam um enorme mercado inexplorado.
Ao promover ambientes urbanos mais seguros, essas tecnologias também contribuem para a resiliência das cidades e a sustentabilidade, reduzindo desperdícios e melhorando indicadores de segurança pública.
O seguro residencial inteligente transcende o simples desconto em prêmios e se consolida como uma ferramenta essencial de prevenção. À medida que os dispositivos conectados se tornam mais acessíveis e confiáveis, o setor tende a evoluir para oferecer produtos modulares, flexíveis e baseados em uso real.
Investir em tecnologia não é apenas uma vantagem competitiva para seguradoras, mas um caminho para garantir tranquilidade e proteção efetiva a milhões de lares brasileiros. O futuro do seguro está em um ecossistema de dados e inteligência colaborativa, onde cada sensor ativo reforça a segurança e antecipa problemas antes que eles ocorram.
Referências