Em um momento onde o endividamento alcança níveis recordes, é essencial refletir antes de buscar novos recursos financeiros.
Dados recentes mostram um crescimento contínuo das dívidas das famílias brasileiras. Segundo a PEIC/CNC, 77,6% das famílias endividadas em abril de 2025 representam o maior índice registrado nos últimos anos.
Em números absolutos, pelo menos 73,10 milhões de brasileiros estavam com algum tipo de dívida em outubro de 2024, segundo a Serasa. Esse montante supera os 72,89 milhões registrados em março do mesmo ano.
Além da quantidade de pessoas endividadas, preocupa o comprometimento médio da renda com dívidas, que chegou a 30% em abril de 2025. Mais de metade das famílias (55,4%) destinava entre 11% e 50% da renda para saldar débitos.
Muitas pessoas recorrem ao crédito sem avaliar as consequências de longo prazo. Entre as causas mais citadas estão:
O uso inadequado do crédito tende a gerar um efeito cascata de problemas. A inadimplência acarreta a perda de acesso ao sistema financeiro, dificultando novas contratações e restringindo alternativas em situações de emergência.
Além disso, a “bola de neve” de multas, juros e correção monetária aumenta o valor da dívida diariamente, comprometendo ainda mais o orçamento.
No âmbito pessoal, o endividamento excessivo eleva o estresse, provoca ansiedade e pode prejudicar relacionamentos familiares. A qualidade de vida sofre impactos diretos quando as contas se acumulam.
Nem toda contratação de crédito é prejudicial. Em alguns casos, o recurso traz benefícios claros:
Necessidades reais e emergenciais, como tratamentos de saúde urgentes ou reparos domésticos indispensáveis.
Investimentos que gerem retorno, por exemplo: cursos de capacitação, compra de equipamentos para trabalho autônomo ou reforma que aumente o valor do imóvel.
O analfabetismo financeiro é apontado como uma das principais causas do endividamento sem critério. A falta de conhecimento sobre produtos financeiros e planejamento orçamentário leva ao uso irracional do crédito.
Boas práticas, como manter um orçamento doméstico atualizado, reservar parte da renda para poupança e evitar compras impulsivas, são fundamentais para reduzir a vulnerabilidade a dívidas.
Novas tecnologias de avaliação de risco consideram dados alternativos, como histórico de contas básicas pagas em dia e comportamento de consumo. Esses indicadores podem:
Com a informação adequada e o planejamento correto, é possível usar o crédito como ferramenta de crescimento, sem cair nas armadilhas do endividamento descontrolado. Solicitar recursos apenas para demandas essenciais não só preserva a saúde financeira, mas também promove tranquilidade e estabilidade a longo prazo.
Referências