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Solicite crédito apenas para necessidades reais

Solicite crédito apenas para necessidades reais

03/04/2025 - 15:34
Lincoln Marques
Solicite crédito apenas para necessidades reais

Em um momento onde o endividamento alcança níveis recordes, é essencial refletir antes de buscar novos recursos financeiros.

O panorama do endividamento no Brasil

Dados recentes mostram um crescimento contínuo das dívidas das famílias brasileiras. Segundo a PEIC/CNC, 77,6% das famílias endividadas em abril de 2025 representam o maior índice registrado nos últimos anos.

Em números absolutos, pelo menos 73,10 milhões de brasileiros estavam com algum tipo de dívida em outubro de 2024, segundo a Serasa. Esse montante supera os 72,89 milhões registrados em março do mesmo ano.

Além da quantidade de pessoas endividadas, preocupa o comprometimento médio da renda com dívidas, que chegou a 30% em abril de 2025. Mais de metade das famílias (55,4%) destinava entre 11% e 50% da renda para saldar débitos.

As principais armadilhas do crédito fácil

Muitas pessoas recorrem ao crédito sem avaliar as consequências de longo prazo. Entre as causas mais citadas estão:

  • Cartão de crédito: 36% das dívidas das pessoas consultadas, resultado da facilidade de contratação e do alto custo dos juros rotativos.
  • Empréstimo pessoal: 10% dos inadimplentes mencionam essa modalidade, frequentemente contratada sem pesquisa das condições.
  • Contas básicas: 9% das dívidas fatais ao orçamento, mostrando falta de planejamento financeiro doméstico.
  • Outros motivos (6% a 2%): compras no boleto, financiamento de automóvel, plano de saúde, aluguel e empréstimos entre pessoas físicas.

Consequências de recorrer ao crédito sem planejamento

O uso inadequado do crédito tende a gerar um efeito cascata de problemas. A inadimplência acarreta a perda de acesso ao sistema financeiro, dificultando novas contratações e restringindo alternativas em situações de emergência.

Além disso, a “bola de neve” de multas, juros e correção monetária aumenta o valor da dívida diariamente, comprometendo ainda mais o orçamento.

No âmbito pessoal, o endividamento excessivo eleva o estresse, provoca ansiedade e pode prejudicar relacionamentos familiares. A qualidade de vida sofre impactos diretos quando as contas se acumulam.

Quando vale a pena solicitar crédito?

Nem toda contratação de crédito é prejudicial. Em alguns casos, o recurso traz benefícios claros:

Necessidades reais e emergenciais, como tratamentos de saúde urgentes ou reparos domésticos indispensáveis.

Investimentos que gerem retorno, por exemplo: cursos de capacitação, compra de equipamentos para trabalho autônomo ou reforma que aumente o valor do imóvel.

Passo a passo para usar crédito de forma consciente

  • Avaliar a real necessidade: pergunte-se se a despesa não pode ser postergada ou coberta por outras fontes.
  • Pesquisar taxas e condições: compare o Custo Efetivo Total (CET) e prazos entre diferentes instituições.
  • Evitar parcelamentos longos: prazos estendidos significam maiores juros e menor previsibilidade orçamentária.
  • Manter o controle financeiro: documente todas as dívidas, programe as parcelas e priorize pagamentos mais caros.
  • Buscar alternativas: renegocie débitos existentes, corte gastos supérfluos e avalie fontes de renda extra.

O papel da educação financeira na prevenção do endividamento

O analfabetismo financeiro é apontado como uma das principais causas do endividamento sem critério. A falta de conhecimento sobre produtos financeiros e planejamento orçamentário leva ao uso irracional do crédito.

Boas práticas, como manter um orçamento doméstico atualizado, reservar parte da renda para poupança e evitar compras impulsivas, são fundamentais para reduzir a vulnerabilidade a dívidas.

Ferramentas que ajudam na análise e concessão responsável do crédito

Novas tecnologias de avaliação de risco consideram dados alternativos, como histórico de contas básicas pagas em dia e comportamento de consumo. Esses indicadores podem:

  • Identificar perfis com responsabilidade financeira comprovada.
  • Evitar a concessão de crédito a quem já está em situação vulnerável.
  • Incentivar práticas saudáveis de pagamento, promovendo inclusão sem prejuízo.

Com a informação adequada e o planejamento correto, é possível usar o crédito como ferramenta de crescimento, sem cair nas armadilhas do endividamento descontrolado. Solicitar recursos apenas para demandas essenciais não só preserva a saúde financeira, mas também promove tranquilidade e estabilidade a longo prazo.

Lincoln Marques

Sobre o Autor: Lincoln Marques

Lincoln Marques