Em um mundo marcado por instabilidades econômicas e flutuações cambiais constantes, proteger o patrimônio se torna cada vez mais essencial. Os fundos cambiais surgem como uma alternativa estratégica para quem deseja blindar seus recursos contra a desvalorização do real.
O fundo cambial é um tipo de fundo de investimento cuja carteira deve ter no mínimo 80% do patrimônio aplicado em ativos diretamente relacionados a moedas estrangeiras, como dólar ou euro.
Esses ativos podem incluir títulos públicos ou privados negociados no exterior e contratos derivativos atrelados à moeda de referência. Os 20% restantes, geralmente, são destinados a instrumentos de renda fixa conservadora, garantindo maior estabilidade à rentabilidade do fundo.
Diferentemente da compra direta de moeda em espécie, esses fundos obtêm exposição cambial por meio de derivativos e títulos internacionais. A alavancagem é expressamente proibida, pois o uso de derivativos só pode ocorrer para fins de hedge, ou seja, para mitigar riscos.
Quando o real se desvaloriza frente à moeda de referência, o valor das cotas do fundo tende a subir, oferecendo proteção contra a volatilidade. Na direção oposta, se o real se valoriza, o desempenho pode ser negativo.
Os fundos cambiais são recomendados para investidores que:
Além disso, pessoas físicas ou jurídicas com endividamento ou receitas em moeda estrangeira encontram nesse veículo uma ferramenta de hedge cambial acessível e direta.
Antes de investir, é fundamental avaliar os prós e contras desse tipo de fundo.
Por outro lado, algumas desvantagens incluem:
Os investidores em fundos cambiais devem estar atentos aos custos envolvidos. Além da taxa de administração, que varia conforme o gestor e o patrimônio, há o Imposto de Renda sobre ganho de capital. Para resgates em menos de 30 dias, aplica-se também o IOF.
Como não existe meta de rentabilidade, o objetivo é acompanhar o comportamento da moeda de referência, não bater um benchmark específico. Por isso, avaliar as taxas cobradas é crucial para maximizar retornos.
Em momentos de crise, como durante a pandemia de Covid-19, os fundos cambiais se destacaram como porto seguro para investidores. A desvalorização do real chegou a superar 30% frente ao dólar em fases críticas, elevando significativamente o valor das cotas desses fundos.
O dólar americano continua sendo a moeda mais utilizada como referência, pela sua liquidez global e aceitação em transações internacionais. No entanto, há estratégias que exploram o euro ou outras moedas fortes, ampliando as possibilidades de proteção.
Além dos fundos cambiais, há outros instrumentos para protegerse contra as oscilações do câmbio. Cada opção possui características próprias e é mais indicada para perfis específicos.
Os fundos cambiais se consolidam como uma solução prática e eficiente para proteger o capital contra a desvalorização do real. Ao combinar ativos cambiais e renda fixa, oferecem equilíbrio entre segurança e potencial de valorização.
Antes de investir, avalie seu perfil, objetivos e custos envolvidos. Em um ambiente de crescente incerteza global, contar com um instrumento de hedge cambial pode ser a decisão que faz a diferença na preservação do seu patrimônio.
Referências