Nos últimos anos, a adoção de pagamentos por aproximação no Brasil alcançou patamares impressionantes. A agilidade e a conveniência oferecidas pelos cartões com tecnologia NFC tornaram-os protagonistas das transações presenciais. Desde grandes varejistas até pequenos comércios locais, o gesto de aproximar o cartão do terminal já se tornou natural para milhões de brasileiros.
A tecnologia contactless, baseada em Near Field Communication (NFC), permite a troca de dados de forma segura entre o cartão e o terminal de pagamento, sem contato físico. Ao aproximar o cartão ou dispositivo vestível, um chip embarcado envia informações criptografadas por rádio frequência.
Esse processo ocorre em frações de segundo, garantindo rapidez e segurança. Diferente dos métodos tradicionais, não há necessidade de inserir o cartão na máquina nem digitar senha em pagamentos de valores baixos, simplificando a experiência de compra.
O uso de cartões contactless disparou no Brasil. Em 2024, 67% das compras presenciais foram realizadas por aproximação, movimentando R$ 1,5 trilhão. Esse valor integra os R$ 4,1 trilhões transacionados em meios eletrônicos, um salto de 11% em relação a 2023.
No primeiro trimestre de 2025, as transações com cartões alcançaram R$ 1,1 trilhão, consolidando o cartão de crédito como protagonista e evidenciando a força das soluções sem contato no cotidiano dos consumidores.
O perfil dos adeptos ao pagamento por aproximação tende a ser jovem, mas abrange diferentes faixas etárias. Segundo pesquisas, 71% dos brasileiros já experimentaram a tecnologia, com 60% usando-a regularmente e 35% sempre que possível.
Mesmo entre pessoas com mais de 60 anos, o uso já atinge 35%, comprovando a inclusão digital e o apelo de praticidade e segurança no consumo diante de formas tradicionais.
Os principais benefícios apontados pelos usuários incluem comodidade, praticidade e rapidez no ato de pagar, sem a necessidade de inserir o cartão ou aguardar a digitação de senha em valores até R$ 200.
O limite para transações sem senha cresceu de R$ 50 para R$ 200 entre 2020 e 2021, reforçando a adesão. Além disso, o índice de fraudes permanece controlado, conferindo confiança e permitindo ajustes de limite.
Tudo isso contribui para um ecossistema financeiro mais fluido, em que consumidores e estabelecimentos ganham em eficiência e segurança.
O Brasil ocupa posição de destaque mundial em pagamentos eletrônicos, ficando atrás apenas da Índia em número de transações e volume financeiro em sistemas instantâneos. A penetração de 60% das famílias e a relevância do setor de cartões, equivalente a 37% do PIB, demonstram o potencial de expansão.
Cresce o uso de carteiras digitais no celular (22% dos usuários) e de wearables, ampliando as formas de NFC. Tendências futuras incluem integração com Internet das Coisas, maior interoperabilidade entre bancos e dispositivos e soluções de reconhecimento biométrico.
Analistas estimam movimentação total de R$ 4,5 a R$ 4,6 trilhões em pagamentos eletrônicos em 2025, com possibilidade de potencial para ultrapassar R$ 5 trilhões diante da aceleração da digitalização.
Espera-se que a participação dos cartões contactless chegue a 75% das transações presenciais em pouco tempo, confirmando a preferência do consumidor por soluções rápidas e confiáveis.
À medida que novas tecnologias são incorporadas e limites de segurança são ajustados, a tendência é consolidar a experiência sem contato como padrão global de pagamento.
Referências