Em um cenário de inflação alta e incertezas econômicas, muitos brasileiros buscam no cartão de crédito uma solução rápida para equilibrar o orçamento. No entanto, essa saída pode se transformar em uma armadilha financeira.
Saques no crédito e o uso constante do crédito rotativo podem levar a dívidas impagáveis, comprometer sonhos e afetar a qualidade de vida. Com informações sólidas e dicas práticas, este artigo mostra caminhos viáveis para proteger seu futuro financeiro e evitar o ciclo de endividamento.
Em maio de 2025, os juros do cartão de crédito rotativo chegaram a 449,9% ao ano. Apesar das mudanças regulatórias em 2024, essas taxas não apresentaram queda expressiva. No mesmo período, o limite inferior girou em torno de 445%, enquanto o superior alcançou 450,6% ao ano.
Esse patamar é amplamente superior ao de outras modalidades de crédito e torna o rotativo uma das opções mais onerosas do mercado. Para quem já enfrenta apertos financeiros, recorrer a esse tipo de financiamento pode significar um endividamento rápido e sem controle.
O crédito rotativo é acionado quando o consumidor não quita o valor total da fatura até a data de vencimento. Nesse caso, o saldo devedor é financiado automaticamente pelo banco, que aplica juros altíssimos.
Já o saque na função crédito opera de forma ainda mais onerosa. Além dos juros rotativos, incidem tarifas e encargos extras. Em geral, quem não paga a fatura em até 30 dias recebe a oferta de parcelamento, mas ainda assim a custos elevados.
Imagine que você saque R$ 1.000 e só pague o mínimo. Em poucas semanas, a dívida pode ultrapassar R$ 1.400, especialmente se considerar o custo efetivo total elevado dessa operação.
Para compreender o peso real do crédito rotativo, é importante comparar com outras opções disponíveis no mercado:
Fica claro que o cartão rotativo domina o topo das taxas mais altas, tornando-se a modalidade de crédito mais cara do país. Por isso, é fundamental buscar alternativas antes de recorrer ao saque na função crédito.
Em 2024, o Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu que, em novas operações de crédito rotativo e parcelado, os encargos não podem ultrapassar 100% do valor principal. Contudo, ao analisar os relatórios do Banco Central, observamos que as taxas projetadas ainda superam esse teto.
Isso ocorre porque as estatísticas são calculadas considerando o saldo médio em aberto ao longo de um ano inteiro, embora a maioria dos consumidores quite a dívida em semanas ou poucos meses. Essa distorção faz com que o indicador apresente números superiores ao limite legal.
Recorrer ao saque no crédito sem avaliar melhor situação financeira é um passo perigoso. Além de sofrer com juros rotativos, o consumidor paga tarifas de saque e outros encargos bancários, aumentando significativamente o valor final da dívida.
Quando a conta se torna impagável, as consequências incluem inadimplência, negativação do CPF e restrições ao acesso a serviços financeiros. Famílias acabam abrindo mão de necessidades básicas ou adiando sonhos, como a compra da casa própria ou investimentos em educação.
Adotar um conjunto de medidas simples e consistentes ajuda a manter as finanças saudáveis e a fugir das armadilhas dos juros altos:
Essas práticas, se incorporadas ao dia a dia, fortalecem o hábito do planejamento financeiro responsável e reduzem a necessidade de recorrer a linhas de crédito predatórias.
As famílias de menor renda são as mais impactadas pelos altos juros do cartão de crédito. Muitos recorrem ao saque como última alternativa para cobrir despesas emergenciais, mas acabam piorando a situação.
O endividamento elevado produz um efeito em cascata: menor poder de consumo, apreensão emocional e dificuldade para acessar soluções de crédito no futuro. O cenário cria um ciclo vicioso que pode levar anos para ser revertido.
O saque na função crédito é uma opção extremamente onerosa e deve ser evitada a todo custo. Ao conhecer as taxas, direito de negociar melhores condições e alternativas mais baratas, você assume o controle do seu dinheiro e protege seu bem-estar.
Reforce o hábito de acompanhar suas finanças, estabeleça reservas de emergência e busque orientação especializada se já estiver endividado. A jornada rumo à saúde financeira exige disciplina, mas recompensa com tranquilidade e segurança para realizar sonhos.
Referências